quarta-feira, 16 de março de 2011

BOLO DE CENOURA

Hoje estava fazendo Arroz à Grega e para isso ralei uma cenoura, com o acréscimo de uma semana muito nostálgica foi mais que o suficiente para me remetar ao ano de 2004, sétima série do Ensino Fundamental um dia chuvoso com reunião de pais na escola. Nesse momento de total falta do que fazer resolvemos ir na casa da Bruna G.P. fazer um bolo de cenoura, todas muito prendadas na maravilhosa arte da cozinha, pode-se imaginar o episódio.
Primeiro foi a busca pela receita, depois a interpretação da mesma, sofremos um pouco mas conseguimos fazer o bolo, tudo bem que desinformamos quente, colocamos a calda fervendo e comemos em segundos sem nos importar com nenhum desses fatos, inclusive queimando as mãos e a língua. Enquanto esperava-mos o bolo assar pulamos o muro para o terreno do tio da Bruna para apanhar não me recordo se amoras ou jabuticabas enfim foi uma tarde muito divertida das meninas (recordo-me de apenas alguns nomes: Bruna G.P. e  Bruna M.P., Valéria, Leticia, Natalia, mas eramos em 11 se não me engano) foi nesse dia que aprendi a fazer bolo de cenoura. Desse dia em diante sempre que faço bolo de cenoura me recordo deste dia e em especial da Bruna.
Mas hoje devido a nostalgia da semana fui muito além deste dia, lembrei-me de muitos outros momentos vividos com ela, e com as outras meninas, como nossa ida ao shopping assistir ao filme Como cães e gatos, show do Capital Inicial, e meu aniversário. Nesse momento percebi minha total falta de noção, sempre fui muito impulsiva especialmente com as pessoas que considero possuir grande afinidade, mas acabo prejudicando grandemente essas relações, claro que a essa altura perceberam que foi exatamente isso que eu fiz, estão inteiramente corretos.
No meu aniversário impulsivamente acabei fragilizando minha amizade com a Bruna G.P. na época não percebi muito isso, vivia mudando de grupo na escola e algum tempo depois passei a ficar mais com outras pessoas, mas ainda nos falamos aparentemente normalmente, mas alguns anos depois ela acabou indo para outro continente, e perdemos o contato, há alguns anos retornamos o contato e a primeira coisa que ela lembrou sobre mim foi exatamente esse episódio no meu aniversário, fiquei imensamente envergonhada, e decepcionada comigo mesma, manchei para sempre as boas lembranças que ela poderia ter sobre mim, todas essas boas lembranças que eu ainda possuo. Como se muda isso? Especialmente quando o contato futuro tornou-se dificil?
Espero que esse texto ajude, porque realmente foi escrito com carinho, sincero arrependimeneto e esperança de transformar a atual circunstância desta relação que embora não tivesse percebido anteriormente é muito importante para mim, pois vivemos muitas coisas juntas que serão lembradas por muitos anos e espero que transmitidas a meus filhos. Afinal eles irão querer saber como aprendi a fazer um bolo de cenoura.

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